Em um cenário de mudanças sociais e avanços tecnológicos, o transporte público sob demanda tem se consolidado como uma alternativa viável e eficiente para as pequenas cidades brasileiras. O modelo, que permite que o passageiro solicite o transporte por meio de aplicativos ou centrais de atendimento, está remodelando a forma como comunidades menos populosas lidam com mobilidade urbana. Segundo o empresário Aldo Vendramin, essa modalidade traz ganhos significativos de eficiência, flexibilidade e inclusão, especialmente em regiões onde o transporte convencional é escasso ou deficitário.
Diferente dos grandes centros urbanos, onde há frotas fixas e alta demanda, as pequenas cidades precisam de soluções ajustadas à sua realidade, com custos reduzidos e serviços mais personalizados. O transporte público sob demanda surge como resposta a essa necessidade, oferecendo deslocamentos mais precisos, econômicos e sustentáveis.
Transporte público sob demanda como solução eficiente para pequenas cidades
O transporte público sob demanda funciona de forma semelhante a aplicativos de mobilidade privada, mas com foco em rotas compartilhadas e tarifação acessível. Em vez de seguir itinerários fixos, os veículos adaptam seus trajetos conforme a localização dos usuários, otimizando o uso dos recursos e reduzindo o tempo de espera e de deslocamento.

De acordo com Aldo Vendramin, essa flexibilidade é especialmente benéfica para municípios com baixa densidade populacional e grande dispersão geográfica. Nesses locais, manter linhas tradicionais pode ser financeiramente inviável, enquanto o sistema sob demanda garante cobertura mais ampla com menor investimento. Além disso, permite incluir zonas rurais, vilarejos e comunidades periféricas nos circuitos de mobilidade urbana.
Benefícios sociais e ambientais do transporte sob demanda
Entre os principais benefícios da implementação do transporte público sob demanda está a inclusão social. Pessoas que antes enfrentavam dificuldades para se locomover até postos de saúde, escolas, feiras e centros administrativos agora têm maior autonomia e acesso facilitado aos serviços públicos.
Além disso, o modelo contribui para a redução da emissão de poluentes, ao evitar a circulação de veículos vazios em rotas fixas com baixa demanda. Conforme aponta Aldo Vendramin, o uso racional da frota, combinado ao compartilhamento de viagens, diminui significativamente a pegada de carbono nas pequenas cidades, promovendo uma mobilidade mais sustentável e inteligente.
A tecnologia como aliada da mobilidade adaptada
A tecnologia é peça-chave para o funcionamento do transporte sob demanda. Plataformas digitais, aplicativos de agendamento, geolocalização e algoritmos de roteirização permitem que o sistema funcione de forma eficiente mesmo com poucos veículos. O uso dessas ferramentas garante que os trajetos sejam otimizados em tempo real, atendendo o maior número de usuários com o menor número de deslocamentos.
Apesar dos desafios relacionados ao acesso digital em algumas regiões, iniciativas que combinam aplicativos com atendimento telefônico têm sido eficazes em garantir a inclusão de populações com pouca familiaridade com tecnologia. Aldo Vendramin destaca que adaptar a tecnologia à realidade local é essencial para o sucesso do modelo, sem excluir faixas etárias ou comunidades mais isoladas.
Desafios e perspectivas de expansão do modelo no Brasil
Embora o transporte sob demanda já apresente resultados positivos em municípios pilotos, sua expansão nacional ainda esbarra em desafios como regulamentação, financiamento e resistência institucional. A ausência de marcos legais claros para esse tipo de operação e a dificuldade de integração com os sistemas públicos tradicionais ainda são entraves importantes.
No entanto, à medida que os gestores percebem os benefícios do modelo — tanto econômicos quanto sociais — cresce o interesse por parcerias com empresas de tecnologia e startups de mobilidade. Com apoio político e planejamento estratégico, o transporte público sob demanda pode se tornar uma das soluções mais relevantes para a mobilidade nas cidades pequenas, promovendo inclusão, sustentabilidade e eficiência.
Autor: Robert Villines